ARTIGO COLABORATIVO – Comunidade TPCS

Se você é um apreciador de bebidas como vinhos e whiskies possivelmente já ouviu sobre a expressão TERROIR. Mas será que algum especialista já esclareceu o quanto esse fator pode agregar na sua degustação?

Semanalmente na Comunidade TPCS, profissionais de diversas regiões do Brasil certificados como International Cigar Sommeliers pela metodologia exclusiva TPCS da mentora Mikaela Paim, se reúnem para estudar as diversas vertentes do mercado de charutos. No início desta semana o ponto alto deste encontro foi a “valorização da folha brasileira no mercado internacional e suas recentes premiações.” E o ponto em comum destes fatos é a qualidade e os diferenciais do TERROIR BRASILEIRO.

No artigo de hoje, 7 profissionais compartilham seus conhecimentos a fim de esclarecer e informar sobre esse tema.

O Terroir é um conjunto de características naturais e humanas que influenciam no aroma e sabor do produto final:

O conjunto dessas características únicas do terroir brasileiro confere uma riqueza aromática e sabores singulares, apreciados por consumidores do mundo inteiro.

Além dos PUROS brasileiros, que são compostos por folhas 100% cultivadas no Brasil, há outros países que utilizam dessa tipicidade para a compor e gerar blends únicos.

Imagine que assim como no mundo do vinho há diversos tipos de uva, no mundo dos charutos também há diversas variedades de folhas de tabaco, cada uma delas com suas características provenientes do seu terroir. Para vinhos existem as assemblagens/blends com diversos tipos de uva; para charutos, essa composição realizada com folhas de diferentes países e terroirs diferentes, compõe um produto distinto.

Existem diversas variedades de tabaco produzidas no Brasil e apreciadas mundialmente, cada uma delas com sua singularidade.

As mais conhecidas são: Mata Fina, Mata Norte, Arapiraca e Cubra.

Uma curiosidade é que a única região brasileira que tem o microclima para produção do tabaco negro (especie utilizada para produção de charutos) está localizada na Bahia.

Conheça alguns charutos produzidos com folhas brasileiras em seus blends:

PREMIAÇÃO INTERNACIONAL DE CHARUTOS BRASILEIROS

Com folhas tão reconhecidas e apreciadas, não seria uma surpresa que PUROS brasileiros também recebam destaque no mercado internacional. Ttivemos uma conversa com o fundador e proprietário da JAMM Cigars no Brasil, recentemente premiada com os charutos da marca, conquistaram 91 pontos na Cigar Journal e 93 pontos na revista Alemã Zigarren, um grande mérito para o produto nacional!

“Quando me perguntam sobre a minha opinião do Sucesso da JAMM e desses reconhecimentos internacionais em tão pouco tempo atuando no mercado, a minha resposta é muito simples, além de toda a dedicação que nós temos a produção do charuto onde mais de 200 pessoas manuseiam ele até ser consumido por um aficionado por charutos, além da qualidade do tabaco e da grande equipe que nós temos bem comprometidos e do grande investimento feito na estrutura, temos no tabaco brasileiro um terroir muito herbáceo, muito típico, tem como característica a picância e ardência, onde uma vez que você respeita essas características e descansa esse tabaco por 3, 4 anos entre fermentação e secagem, você obtêm produtos maravilhosos, e quando submete a um blend, ele fica mais divino ainda!”

José Antônio Martins Monteiro, fundador e proprietário da JAMM Cigars no Brasil e as recentes premiações

“Confesso que ao receber a notícia das pontuações internacionais, a sensação foi um misto de “estamos nos caminho certo” e “todo esforço vale a pena” e que nós não vamos parar nunca de trabalhar pela melhoria do charuto brasileiro e de seguir em frente nas nossas crenças, valores e tradição!” Disse José Antônio Martins Monteiro, fundador e proprietário da JAMM Cigars no Brasil.

Outras marcas brasileiras também premiadas e reconhecidas internacionalmente.

Outras premiações de charutos brasileiros foram o DONA FLOR produzido pela Menendez Amerino, que conquistou 92 pontos na Cigar Aficionado. E o MONTE PASCOAL com até 93 pontos.

Como é feita essa avaliação?

Para esses rankings, os charutos passam por uma avaliação às cegas: os jurados não recebem nenhuma informação para que não haja influência, valorizando ainda mais a pontuação expressiva recebida, e consagrando o produto no ranking ao lado dos melhores do mundo. Isso ajuda a desenvolver a cultura e o fortalecimento sócio econômico gerando novos empregos e impactando diretamente o crescimento deste mercado.

Profissionais que colaboraram com este artigo: André Riccieri, Carolina Macedo, Diego Zocante, Emanuelle Leão, Luiz Ayres Netto, Mikaela Paim e Reginaldo Ferreira.

Você já havia pensando o quanto esse mercado de um único produto pode ser amplo? Continue acompanhando os artigos pela Newsletter, que em breve pretendo trazer mais curiosidades e informações deste e outros setores que sou especialista.

Mikaela Paim visitando fábricas de charuto na Bahia 2017-2024 – recomenda as visitas in loco.

Mikaela Paim – Sommelière Internacional de Vinhos e Charutos, especialista em todos tipos de bebidas alcoólicas, água, chá, café, azeites e chocolate.